sábado, 29 de outubro de 2011

MORFOLOGIA FLORAL

MORFOLOGIA FLORAL - ANGIOSPÉRMICAS 
   




ÍNDICE
I - FLOR
2. Posição do Ovário
    Epigínicas Perigínicas Hipogínicas
3. Simetria
    Actinomórfica Zigomórfica Assimétrica
4. Expressão sexual
    Flores hermafroditas Flores unissexuais Plantas monóicas Plantas dióicas
II - INFLORESCÊNCIA
2. Tipos de Inflorescências
    Definidas Indefinidas
III - FRUTO
2. Frutos



I - FLOR

    A flor é constituída por um caule curto com vários nós e com entrenós muito curtos. A região da flor onde as diferentes peças florais estão inseridas é designada de receptáculo. As diferentes partes da flor são consideradas muitas vezes como folhas modificadas. O conjunto mais externo de peças florais idênticas é designado de cálice sendo constituído pelas sépalas. Seguem-se-lhe as pétalas que formam a corola. Cálice e corola são peças florais estéreis, no seu conjunto designam-se perianto. As folhas florais férteis são os estames - que no seu conjunto formam oandroceu - e os carpelos - que constituem o gineceu.


 


Flor da berinjela. O cálice é observável à transparência das pétalas. 
  • Cálice
    • Cálice sinsépalo: sépalas unidas (o mesmo que gamossépalo). 
    • Cálice dialissépalo: sépalas livres.

  • Corola
    • Tipos de corola:

      • Dialipétalas e actinomórficas

        • Crucífera: quatro pétalas de unha comprida e dispostas em cruz. Corola característica das espécies da familia das Cruciferae (ex. flor das couves). 
        • Cravinosa: cinco pétalas de unha comprida. 
        • Rosácea: cinco pétalas de unha curta. Característica das espécies da família das Rosaceae (ex. flor dopessegueiro, macieira).

      • Dialipétalas e zigomórficas

        • Papilionácea: corola com cinco pétalas, uma maior, externa e geralmente superior (o estandarte) que cobre duas pétalas laterais (as asas) e duas internas, geralmente inferiores, frequentemente unidas (quilha). É característica da sub-família Papilionoideae das Papilionaceae ou Fabaceae (ex. flor da ervilheira )
        • Pseudo-papilionácea: corola em que o estandarte é menos desenvolvido, estando coberto pelas asas e estas pelas pétalas inferiores (ex. flor da olaia).
      • Simpétalas e actinomórficas

        • Rodada: corola de tubo curto e limbo aberto (ex. flor da batateira, da beringela). 
        • Tubulosa: corola de tubo comprido com o mesmo diâmetro em toda a extensão (ex. flores do disco do girassol). 
        • Afunilada: o tubo da corola alarga da base para o cimo (ex. corriola, Convolvulus arvensis L.). 
        • Campanulada: tubo da corola dilata rapidamente na base, mantendo depois o diâmetro constante. 
        • Assalveada: o tubo alarga rapidamente na base e na parte superior (ex. flor do tabaco) 
        • Gomilosa: o tubo alarga rapidamente na base, mas depois estreita para o cimo (ex. flor do medronheiro).
      • Simpétalas e zigomórficas

        • Labiada: corola com limbo dividido em duas partes ou lábios e de fauce (zona de ligação do limbo ao tubo) aberta (ex. flor do alecrim). 
        • Personada: corola com limbo dividido em dois lábios, mas de fauce fechada pelo palato (parte intumescida de um dos lábios). 
        • Ligulada: lábio único, alongado em forma de língua (ex. flores marginais do capítulo do girassol). 
        • Unilabiada: lábio único geralmente recortado.

    • Flor esporoada: flor que apresenta esporão na corola. 
    • Flor gibosa: flor que apresenta giba na corola.


  • Perianto 
    • Aclamídeas: flores sem perianto (o mesmo que nuas). 
    • Haploclamídeas: flores com um único verticilo de peças estéreis (tépalas). 
    • Homoclamídeas: flores com dois verticilos de peças estéreis mas semelhantes (tépalas). 
    • Heteroclamídea": flores com dois verticilos de peças estéreis diferenciados, isto é, com cálice (sépalas) e corola (pétalas).
    • Perigónio: conjunto das peças (tépalas) de uma flor haploclamídea ou homoclamídea. 
    • Pedicelo: pequeno eixo que suporta a flor. 
    • Flor completa: flor constituída por perianto, androceu e gineceu.

  • Androceu 


  • Os estames correspondem aos microsporófilos. Cada estame é normalmente constituído por um filete e uma antera. A antera contém os sacos polínicos onde se formam os grãos de pólen.
    • Estames definidos: em número igual ou inferior a 10. 
    • Estames indefinidos: em número superior a 10. 
    • Estames tetradinâmicos: 6 estames, sendo 4 de filetes compridos e 2 de filetes curtos (ex. Cruciferae). 
    • Estames didinâmicos: 4 estames, sendo 2 de filetes compridos e 2 de filetes curtos (ex. Labiatae). 
    • Estames monadelfos: estames unidos pelos filetes num só bloco (ex. hibisco). 
    • Estames diadelfos: estames unidos pelos filetes em dois grupos; frequentemente, como acontece nalgumas espécies das Leguminosae, 1 + 9 estames 
    • Estames coniventes: estames com as anteras encostadas mas não soldadas (ex. beringela, batateira). 
    • Estames sinantéricos: estames unidos pelas anteras, mas de filetes livres (ex. flores do disco do girassol). 
    • Estames epipétalos: estames inseridos sobre as pétalas (ex. oliveira, ligustro).

  • Gineceu 


  •       Os carpelos correspondem aos macrosporófilos. Cada carpelo é normalmente constituído pelo ovário, estilete e estigma. O estigma é a região do carpelo receptiva ao pólen. Por vezes o estilete pode faltar, ficando o estigma diretamente sobre o ovário (ex. papoila). Dentro do ovário encontram-se um ou mais óvulos. O termo pistilo é utilizado como unidade estrutural do gineceu. 

    • Classificação do gineceu de acordo com o número de pistilos:
    • Unipistilado: um só pistilo, podendo este estar representado apenas por um carpelo (monocarpelar) ou por vários carpelos unidos (cenocárpico)

      • Monocarpelar: um só carpelo 
      • Cenocárpico: vários carpelos unidos originando um pistilo 
        • Sincárpico: os carpelos do gineceu cenocárpico estão fechados internamente, existindo várias cavidades ou lóculos (ex. tomateiro, pimenteiro) 
        • Paracárpico: os carpelos do gineceu cenocárpico estão abertos internamente, existindo apenas uma cavidade ou lóculo (ex. violeta)
    • Multipistilado ou apocárpico: vários carpelos (pistilos simples) livres (ex. morangueiroanémonasilva).
      Dentro de cada lóculo poderá existir um ou mais óvulos que podem originar uma ou mais sementes.

  • 2. Posição do ovário 
    • Ovário súpero: ovário posicionado acima da inserção das outras peças florais, ou estando inserido numa úrnula, não está aderente a esta. 
    • Ovário ínfero: o ovário está incluso numa úrnula ou envolvido e aderente ao cálice ou ao perigónio (ex.º flor da macieira, pereira, flores pistiladas do melão, dos carvalhos, etc.). 


      De acordo com a posição do ovário as flores podem ser:
       
      • Hipogínicas: flores de ovário súpero em que o perianto e o androceu estão inseridos inferiormente ao gineceu 
      • Epigínicas: flores de ovário ínfero, com as paredes do ovário soldadas ao hipanto, estando as peças do perianto, bem como os estames, inseridos superiormente ao ovário (ex. flor da macieira). 
      • Perigínicas: flores de ovário súpero, com as paredes do ovário livres e as peças do perianto aderentes na base com os estames, formando um hipanto.
        Hipanto: termo utilizado para designar um receptáculo floral tubuloso que afasta os outros verticilos florais do ovário.
    • Actinomórfica: flor que apresenta vários planos de simetria passando pelo seu eixo (o mesmo que radiada e regular) 
    • Zigomórfica: flor que apresenta apenas um plano de simetria (o mesmo que bilateral) 
    • Assimétrica: flor que não apresenta eixo nem plano de simetria

  • 4. Expressão sexual 
    • Flor hermafrodita: flor com gineceu e androceu 
    • Flor unissexual: podem ser unissexuadas masculinas (estaminadas) ou femininas (pistiladas) 
    • Plantas Monóicas: flores pistiladas e estaminadas no mesmo indivíduo (ex. meloeiro, milho, castanheiro, etc.) 
    • Plantas dióicas: indivíduos com flores estaminadas e indivíduos com flores pistiladas (ex. azevinho, kiwi)

    II - INFLORESCÊNCIA

         As inflorescências podem ser solitárias ou grupadas, consoante exista, respectivamente, uma única flor na extremidade do pedúnculo, ou várias flores no mesmo pedúnculo. 


    1. Brácteas

        As inflorescências apresentam frequentemente folhas de protecção (brácteas) com aspecto bastante diversificado:
    • Espata: grande bráctea que envolve a inflorescência (ex. a inflorescência feminina do milho está envolvida por várias espatas). 
    • Cúpula: tipo de invólucro de brácteas, em forma de taça, que inclui ainda a parte terminal e dilatada do pedúnculo, como acontece nas flores femininas dos carvalhos. 
    • Ouriço: tipo de cúpula, coberta de espinhos, que cobre totalmente os frutos e abre pelo cimo na maturação, como acontece no castanheiro. 
    • Glumas: brácteas escariosas das inflorescências das gramíneas e ciperáceas. Nas gramíneas cada espigueta está envolvida geralmente por duas glumas. 
    • Glumelas: bractéolas que envolvem cada flor da inflorescência das gramíneas. A glumela de inserção inferior é designada lema e a outra, de inserção superior, pálea.


  • 2. Tipos de Inflorescências 
  • Inflorescências Definidas (também designadas de cimeiras e inflorescências simpódicas)
    • Monocásio: cimeira unípara que apresenta uma bráctea na base de uma flor que encima o eixo principal. Da axila da referida bráctea sai um pedicelo que, por sua vez, apresenta na bráctea subterminal uma gema que originará um novo pedicelo e assim sucessivamente. 

      • Flabeliforme: os pedicelos estão orientados de forma alternada, à esquerda e à direita, relativamente ao eixo principal da inflorescência. 
      • Falciforme: os pedicelos estão dispostos para o mesmo lado do eixo principal da inflorescência.
    • Dicásio: cimeira bípara que apresenta duas brácteas opostas abaixo da flor apical. Da axila de cada uma das referidas brácteas nasce um eixo que repete a mesma disposição. 
    • Pleiocásio: cimeira múltipla em que vários pedicelos nascem de gemas axilares que se situam ao mesmo nível. 
    • Verticilastro: inflorescência contraída, de eixos curtos, ficando as flores muito aglomeradas na axila de duas folhas ou brácteas opostas. Frequente em espécies da família Labiateae.

  • Inflorescências Indefinidas
    • Cacho ou rácimo: as flores são pediceladas e estão inseridas num eixo ou ráquis não ramificado.
      • Panícula: tipo de cacho em que o eixo da inflorescência é ramificado (cacho composto), apresentando uma forma cónica ou piramidal (ex. inflorescência da aveia). 
      • Tirso: cacho composto com forma fusiforme e zona de maior largura a cerca de 1/3 da base (ex. alpista). 
      • Corimbo: tipo de cacho em que as flores, apresentando pedicelos de comprimento desigual, se situam ao mesmo nível; pode ser simples ou composto.

    • Espiga: Inflorescência de flores sésseis dispostas sobre um eixo ou ráquis.
      • Espádice: o eixo da espiga é carnudo, frequentemente com flores unissexuais masculinas (geralmente na zona superior) e femininas (na zona inferior). 
      • Amentilho: inflorescência com flores de um só sexo e que, frequentemente, se desarticula após a libertação do pólen (masculinos) ou após a maturação (femininos). 
      • Espigueta: pequena espiga, cujo eixo se designa ráquila. Nas gramíneas cada espigueta possui geralmente duas brácteas (glumas) na base e cada flor da espigueta é protegida por 2 bractéolas (glumelas).

    • Umbela simples: inflorescência em que os pedicelos longos e com aproximadamente o mesmo tamanho, estão inseridos num mesmo ponto do pedúnculo (ex. inflorescência da cebola). 
    • Umbela composta: inflorescência ramificada de umbelulas. 
    • Capítulo: inflorescência de flores, geralmente sésseis, reunidas num receptáculo comum discóide e rodeada por um invólucro de brácteas (ex. inflorescência do girassol).

    III - FRUTO

    1. Frutificações

        São as estruturas que contém as sementes nas Gimnospérmicas, resultando de folhas carpelares (macrosporófilos) abertas. São genericamente designadas de cone pelos autores anglosaxónicos.

    • Pinha: resulta da maturação dos macrosporófilos que se inserem espiraladamente sobre um eixo central (ráquis). Cada macrosporófilo apresenta 2 escamas, sendo a superior ovulífera (2 óvulos) e a inferior estéril, de protecção. Após a maturação, apresenta escamas lenhosas providas de um escudo, podendo estas abrirem-se ou serem caducas para libertarem as sementes. Apresenta forma de ovada a oblonga. É a frutificação das Pinaceae (ex. pinheiros, cedro, abetos) 
    • Estróbilo: semelhante à pinha, mas com forma globosa ou sub-globosa e de escamas planas ou sub-peltadas. As escamas férteis têm de 2 a 8 sementes na face superior. É a frutificação das Taxodiaceae (ex. criptoméria, sequóia). 
    • Gálbulo: semelhante ao estróbilo mas as escamas são peltadas e com maior grau de lenhificação. É a frutificação da sub-família Cupressoideae das Cupressaceae (ex. ciprestes). 
    • Falso gálbulo: semelhante ao gálbulo mas com escamas desiguais e dispostas num eixo central muito curto. É a frutificação da subfamília Tuioideae das Cupressaceae (ex. tuia). 
    • Gálbulo baciforme: gálbulo de escamas carnudas e indeiscente. É a frutificação da sub-família Juniperoideae (ex. zimbro, sabina das praias).


  • 2. Frutos
  •  São as estruturas que contém as sementes nas Angiospérmicas resultam do desenvolvimento de folhas carpelares fechadas, encontrando-se os óvulos encerrados dentro de um ovário.

  •  O termo fruto é utilizado para designar as estruturas que contém as sementes provenientes de um ovário súpero, utilizando-se o termo pseudofruto, ou pseudocarpo, para designar aquelas provenientes de um ovário ínfero. 

  • Frutos Simples, secos e indeiscentes: frutos provenientes de um gineceu monocarpelar, de pericarpo seco e que não libertam as sementes quando maduros.

  • Aquénio: fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado possui uma semente (monospérmico) que não está aderente ao pericarpo. 

  • Cariopse: fruto proveniente de um gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui uma semente, estando esta aderente ao pericarpo (característico das espécies da família Gramineae ou Poaceae, como é o caso do trigo, milho, centeio, etc.) 

  • Sâmara: proveniente de um gineceu bi a policarpelar, com o pericarpo prolongado em asa membranosa (ex. fruto do freixo). 

  • Bilomento: fruto polispérmico articulado, que evolui a partir de um gineceu bicarpelar paracárpico. possui um septo que o divide dois lóculos (ex. fruto do saramago)

  •  Lomento: de aspecto semelhante a uma vagem mas divisível em artículos (cada um com uma semente) ao longo das linhas de sutura transversais (ex. fruto da serradela).

    • Frutos Simples e carnudos: frutos provenientes de um gineceu monocarpelar e de pericarpo carnudo
      • Baga: fruto sincárpico e polispérmico, possuindo um epicarpo membranáceo, mesocarpo carnudo e mais ou menos sucoso e endocarpo muito ténue. 
      • Hesperídeo: fruto resultante de ovário sincárpico, pluriovulado, com epicarpo provido de bolsas secretoras de óleo essencial, mesocarpo branco e subcoriáceo. O endocarpo tem uma estrutura membranosa, compacta e é revestido internamente por pêlos multicelulares de origem subepidérmica cheios de suco (característico dos citrinos, família Rutaceae). 
      • Drupa: fruto proveniente de gineceu monocarpelar e uniovulado. Possui epicarpo membranáceo, mesocarpo carnudo e endocarpo esclerificado (frequente nas espécies da sub-família Prunoideae das Rosaceae).
    • Pseudofrutos (ou pseudocarpos) secos: frutos provenientes de ovário ínfero e de pericarpo seco.
      • Cipsela: pseudofruto monospérmico proveniente de um pistilo dicarpelar, paracárpico, unilocular e uniovulado. Frquentemente está coroado por um papilho de escamas, cerdas, aristas ou pêlos (característico da família Compositae, como é o caso do girassol). 
      • Glande: pseudofruto proveniente de ovário ínfero pluricarpelar e pluriovulado, em que, nalguns casos, apenas um dos óvulos frutifica. A glande apresenta um pericarpo coriáceo e está envolvida por uma "cúpula" que tem origem a partir do desenvolvimento de brácteas, como na aveleira, incluíndo ainda, por vezes, o pedúnculo, como nos carvalhos.
    • Pseudofrutos carnudos: frutos provenientes de ovário ínfero e de pericarpo carnudo.
      • Pepónio: pseudofruto sincárpico, indeiscente, proveniente de um gineceu com 3 a 5 carpelos. O endocarpo é pouco consistente e no fruto maduro, fica frequentemente, liquefeito (característico das espécies da família Cucurbitaceae como é o caso do melão, melancia, etc.) 
      • Pomo: pseudofruto sincárpico proveniente de um gineceu geralmente com 5 carpelos. Na sua constituição entram os tecidos do hipanto (úrnula) que envolvia o pistilo (característico da sub-família Maloideae, família Rosaceae, como é o caso da macieira, pereira e marmeleiro) 
      • Trima: pseudofruto drupáceo que possui, após a maturação, um endocarpo esclerificado e deiscente por fendas irregulares (é o fruto da nogueira).
    • Frutos Múltiplos: frutos provenientes de um gineceu multipistilado ou apocárpico de uma só flor e que se mantém preso ao carpóforo na maturação.
      • Múltiplo de aquénios: é o caso do fruto do morangueiro, em que o carpóforo se tornou carnudo e sobre ele encontram-se inseridos os numerosos aquénios. 
      • Múltiplo de drupas ou pluridrupa: fruto múltiplo em que cada carpelo se transforma numa drupa, como é o caso da amora das silvas (Rubus spp.) 
      • Cinorrodo: fruto múltiplo de ovário ínfero, sendo constituído pelo hipanto em forma de taça (úrnula), dentro da qual se encontram diversos pistilos uniovulados.
    • Frutos Esquizocárpicos: são frutos múltiplos que se separam naturalmente, na maturação, nos mericarpos componentes.
      • Samarídeo: fruto esquizocárpico de sâmaras. No caso do género Acer spp. trata-se de uma dissâmara (2 mericarpos). 
      • Clusa: fruto esquizocárpico indeiscente mono ou polispérmico, proveniente da divisão de um gineceu sincárpico em duas ou mais partes (característico das espécies das famílias Boraginaceae e Labiateae)
    • Pseudoesquizocárpicos: semelhantes aos esquizocárpicos mas provenientes de um gineceu de ovários ínferos
      • Cremocarpo: é constituído por dois mericarpos que, quando se separam na maturação, ficam suspensos pela parte superior ao carpóforo, acabando posteriormente por se separarem completamente. É o fruto característico da família das Umbeliferae ou Apiaceae.
    • Infrutescências: formados a partir de ovários mais ou menos concrescentes das flores de uma inflorescência. Para a sua formação contribuem, muitas vezes, outras peças das inflorescências externas aos ovários.
      • Sorose: resulta das flores concrescentes de uma inflorescência e em que se tornam igualmente carnudos o próprio eixo da inflorescência, as brácteas e outras peças florais. É o fruto das amoreiras (Morus spp.) e do ananás. 
      • Sícone: é formado por um receptáculo piriforme ou sub-globoso, oco e com uma abertura apical em volta da qual se localizam as flores masculinas. As flores femininas estão inseridas na parte interna do receptáculo. É o fruto da figueira (Ficus carica L.).

  • quinta-feira, 6 de outubro de 2011

    Reprodução Assexuada dos corais parte 2

    Saiba mais sobre a reprodução assexuada, características,  gemulação, fragmentação, regeneração
    reprodução assexuada - foto de corais    Corais: reprodução assexuada



    Introdução :


        Ao contrário do ocorre na reprodução sexuada, na reprodução assexuada não há a necessidade de outro indivíduo para gerar descendentes, ou seja, neste tipo de reprodução apenas um único ser é capaz de gerar outros geneticamente idênticos. Isto ocorre através de um processo de divisão celular chamado mitose.
    Existem muitos invertebrados, incluindo as estrelas do mar e anêmonas marinhas, que se reproduzem sem a necessidade de um parceiro, melhor dizendo, através da reprodução assexuada.

    Seguem algumas características importantes da reprodução assexuada:


    Gemulação ou gemiparidade


       A gemulação ou gemiparidade é um processo de reprodução no qual ocorre a formação, no progenitor, de gemas ou gomos, que, ao separarem-se do progenitor, desenvolvem-se dando origem a novos indivíduos.

       Este processo ocorre em seres unicelulares, como as leveduras, e em seres pluricelulares como a esponja ou a hidra. Também pode ocorrer em plantas superiores.

      Esse processo é interno e acontece quando as condições de vida estão desfavoráveis.


    Fragmentação


      Neste tipo de processo, o corpo do progenitor é quebrado em vários pedaços, sendo que cada uma destas partes é capaz de se reproduzir individualmente até assumir a forma semelhante de seu progenitor.

    Regeneração

      Na regeneração, como o próprio nome já diz, se um ou mais pedaços do progenitor forem desmembrados, ele será capaz de se crescer e se desenvolver até se tornar um ser completo. Os equinodermosrealizam este tipo de reprodução.


    Corais Marinhos parte 1


                Os Corais Marinhos



      Coral Exótico Zoanthus Purple Raze para Aquário Marinho - São Paulo - SP - Brasil





           Entre as mais curiosas e belas estruturas da natureza estão as colônias de corais, algumas das quais, associadas a milhares de outras espécies, formam recifes ou ilhas. Ouriços e caranguejos são envolvidos pelo crescimento dos corais e ficam presos em câmaras, das quais jamais sairão.
        Coral é um invertebrado marinho, da classe dos antozoários - filo dos celenterados - que apresenta esqueleto interno ou externo de consistência pétrea, córnea ou coriácea. A palavra coral também se aplica ao esqueleto desse animal, especialmente ao pétreo.
      O corpo de um coral consiste em um pólipo, estrutura oca e cilíndrica que adere a uma superfície pela extremidade inferior. Na extremidade livre situa-se a boca, em volta da qual existem tentáculos, cuja função é capturar alimento, como pequenos moluscos ou crustáceos.                    Os pólipos apresentam comprimentos diversos e secretam um líquido urticante capaz de paralisar a presa.
       Os ovos e o esperma, normalmente produzidos por indivíduos diferentes, se desenvolvem na cavidade gastrovascular e são expelidos pela boca. A fecundação ocorre normalmente na água, mas também pode ocorrer na cavidade gastrovascular. A larva (ou plânula) nada durante alguns dias ou semanas e depois se fixa a uma superfície sólida e se transforma em pólipo. A reprodução pode ocorrer também por brotamento: o broto permanece ligado ao pólipo original e o aparecimento sucessivo de novos brotos dá origem a uma colônia. O esqueleto da colônia como um todo denomina-se coralo e o de cada pólipo, coralito. À medida que novos pólipos aparecem e se desenvolvem, os mais velhos, localizados sob eles, vão morrendo, mas seus esqueletos permanecem como parte do conjunto.
        Os corais moles, córneos e azuis são de tamanho muito mais reduzido e formam colônias. Cada pólipo apresenta oito tentáculos e, na cavidade gastrovascular, oito septos ou divisões, dos quais seis são dotados de cílios que drenam água para o interior. Os cílios dos outros dois septos drenam água para fora. Os esqueletos internos dos corais moles consistem de espículas (estruturas em forma de agulha) calcárias separadas umas das outras. Algumas espécies têm forma de disco, outras possuem protuberâncias semelhantes a dedos. Os corais córneos, mais numerosos em águas rasas e mornas, formam estruturas arborescentes que chegam a três metros de comprimento. Dentre eles se encontram os corais preciosos (vermelhos ou rosados) usados para a fabricação de jóias. Os corais azuis pertencem ao gênero Heliopora e aparecem em recifes formados por corais pétreos nos oceanos Pacífico e Índico, em blocos de até dois metros de diâmetro.
         Os corais pétreos, ou corais-brancos, pertencem à ordem dos madreporários e compreendem cerca de mil espécies. Como os corais-negros, têm mais de oito septos e seus tentáculos simples são mais numerosos que os ciliados. Ocorrem em todos os oceanos até a profundidade máxima de seis mil metros. Os pólipos das espécies que formam colônias medem de um a trinta milímetros de diâmetro, mas alguns corais pétreos de hábitos solitários, como os do gênero Fungia, têm forma de disco e atingem 25cm de diâmetro. Dependendo da cor das algas próximas, os corais pétreos adquirem uma coloração amarelada, marrom ou verde-oliva, mas o esqueleto é sempre branco. Assemelham-se na forma às circunvoluções cerebrais, a cogumelos, a chifres de veado etc. As colônias de corais pétreos constituem os recifes, estruturas que podem crescer de 0,5 a 2,8 centímetros por ano.
         Os corais-negros pertencem à ordem dos antipatários e têm forma de pluma, leque, árvore ou pincel. Ocorrem no Mediterrâneo e na costa do Panamá.
        Recifes de coral - Quase ausentes na costa oeste da América do Sul e África, por causa das correntes frias provenientes da Antártica, os recifes de coral são comuns em diversas áreas dos oceanos Índico e Pacífico. A região do nordeste da Austrália, conhecida como mar de coral, é a maior área onde essas formações aparecem,                         o crescimento dos recifes de coral é limitado também no sentido vertical, pois a temperatura diminui com a profundidade. Por isso, não crescem abaixo de cinqüenta metros e se desenvolvem melhor acima de trinta metros.
         A frente do recife coralino que recebe o impacto das ondas compõe-se de corais maciços, com grandes superfícies de fixação. Os tipos mais delicados, com ramificações finas ou foliáceas, são característicos de águas calmas, na parte posterior do recife. Os principais elementos dos recifes e ilhas de coral são os madreporários, mas cooperam também em sua construção outros organismos, como as algas que crescem sobre as colônias de coral.
        Há três tipos de recifes de coral: de franja, de barreira e atol. O recife de franja vai da praia até cerca de 400m mar adentro. Em seu extremo fica a frente, onde os corais ativos crescem, formando uma superfície plana. O recife de barreira é semelhante ao de franja, mas a frente, com uma superfície plana de seis a cem metros de largura, é separada da praia por um canal de 18 a 90m de profundidade. A mais famosa barreira de recife é a Grande Barreira de Recifes, da costa nordeste da Austrália, com mais de dois mil quilômetros de comprimento e, em alguns pontos, distante 140km da praia.
         O atol é circular ou em forma de ferradura e envolve uma lagoa que varia de 1,5 a 80km de diâmetro. Sua parede apresenta passagens, por onde a água flui. A lagoa usualmente contém ilhas e seu fundo se compõe de areia coralina e fragmentos de corais. Nos pontos próximos às passagens da água, encontram-se os tipos mais bonitos de coral, com formas frágeis, alongadas e ramificadas.
         Muitas são as teorias formuladas para explicar o aparecimento de recifes coralinos, entre as quais a de Charles Darwin, chamada teoria da submersão. Darwin concluiu que os recifes começam a formar-se como franjas, em encostas de praias e, à medida que a praia afunda ou é erodida, vão-se transformando em recifes de barreira, com água entre os corais e a costa.      Se o afundamento é maior, ou o nível da água sobe gradualmente, a própria barreira pode desaparecer, exceto da periferia, e o recife de barreira torna-se um atol.
        Os corais brasileiros foram intensamente estudados por J. Laborel, que fez o levantamento das colônias existentes entre o Ceará (Fortaleza) e São Paulo (Santos). A região mais rica em corais fica entre Salvador e o arquipélago dos Abrolhos, a setenta quilômetros do litoral baiano, onde se encontra um patrimônio biológico único na América do Sul.
        O coral é utilizado em joalheria para a fabricação de camafeus, pulseiras e colares e em esculturas. Seu peso específico geralmente é próximo de 2,65 e a dureza oscila de 3,5 a 4. Os índices de refração são aproximadamente 1,48 e 1,65. Existem muitas imitações, principalmente as conchas perlíferas, e outras artificiais, que normalmente não produzem efervescência em ácido clorídrico.

    domingo, 11 de setembro de 2011

    Poluição da Água

    Poluição de rios e mares, água poluída, problemas de saúde, degradação do meio ambiente, III Fórum Mundial da Água.


    rio poluído - poluição da água   Rio poluído por produtos químicos.


    Introdução :


        Fundamental para a vida em nosso planeta, a água tem se tornado uma preocupação em todas as partes do mundo. O uso irracional e a poluição de rios, oceanos, mares e lagos, podem ocasionar, em breve, a falta de água doce, caso não ocorra uma mudança drástica na maneira com que o ser humano usa e trata este bem natural.


    Causas e consequências :


      Os principais fatores de deteriorização dos rios, mares,  lagos e oceanos são: poluição e contaminação por produtos químicos e esgotos. O homem tem causado, desde a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII),  todo este prejuízo à natureza, através dos lixos, esgotos, dejetos químicos industriais e mineração sem controle.


      Em função destes problemas, os governos com cosnciência ecológica, tem motivado a exploração racional de aqüíferos (grandes reservas de água doce subterrâneas). Na América do Sul, temos o Aqüífero Guarani, um dos maiores do mundo e ainda pouco utilizado.Grande parte das águas deste aqüífero situa-se em subsolo brasileiro (região sul).


      Pesquisas realizadas pela Comissão Mundial de Água e de outros órgão ambientais internacionais afirmam que cerca de três bilhões de habitantes em nosso planeta estão vivendo sem o mínimo necessário de condições sanitárias.Cerca de um milhão não tem acesso à água potável. Em razão desses graves problemas, espalham-se diversas epidemias de doenças como diarréia, leptospiroseesquistossomose, hepatite e febre tifóide, que matam mais de 5 milhões de pessoas por ano, sendo que um número maior de doentes sobrecarregam os hospitais e postos de saúde destes países.


    Busca de soluções :


       Com o intuito de buscar soluções para os problemas dos recursos hídricos da Terra, foi realizado no Japão, entre 16 e 23 de março de 2003, o III Fórum Mundial de Água. Políticos, pesquisadores e autoridades de diversos países aprovaram vários documentos que visam a tomada de atitudes para resolver os problemas hídricos mundiais. Estes documentos, reafirmam que a água doce é extremamente importante para a vida e saúde das pessoas e defende que, para que ela não falte no século XXI, alguns desafios devem ser urgentemente superados: o atendimento das necessidades básicas da população, a garantia do abastecimento de alimentos, a proteção dos ecossistemas e mananciais, a administração de riscos, a valorização da água, a divisão e a eficiente administração dos recursos hídricos do planeta.


      Embora muitas soluções sejam buscadas em esferas governamentais e em congressos mundiais, no dia-a-dia todas as pessoas podem colaborar para que a água doce não falte no futuro. A preservação, economia e o uso racional da água deve estar presente nas atitudes diárias de cada cidadão. A pessoa consciente deve economizar, pois o desperdício de água doce pode trazer perigosas conseqüências num futuro pouco distante.


    Curiosidade:


    Produtos que mais poluem os rios, lagos e mares


    Detergentes, óleos de cozinha, óleos de automóveis, gasolina, produtos químicos usados em indústrias, tintas, metais pesados (chumbo, zinco, alumínio e mercúrio).